GIRO NA MENTORIA – A vida real — aquela que acontece fora das redes, das palestras e dos sorrisos — é feita de planos que não saem como o esperado, de portas que se fecham e de pessoas que não agem como gostaríamos.
E tudo bem.
Mas o problema é que ninguém nos ensina a lidar com isso sem desabar por dentro.
Ao longo da minha trajetória, como mulher, mãe, empreendedora e psicanalista, eu aprendi que a frustração não é um castigo — é um convite.
Um convite pra olhar pra dentro e entender o que está por trás da dor: a expectativa, o controle, a pressa, o medo de não ser suficiente.
Eu já vivi momentos em que tudo parecia sair do eixo.
E, no impulso, quis reagir: justificar, discutir, provar meu ponto.
Mas foi justamente nas vezes em que respirei fundo e não reagi que cresci de verdade.
Porque maturidade emocional não é calar — é escolher o que merece resposta.
E esse é o ponto que pouca gente fala quando o assunto é inteligência emocional:
não se trata de “controlar” o que você sente, mas de compreender o que te move.
E isso muda completamente a forma como nos comunicamos.
Quando não lidamos bem com a frustração, nossas palavras saem carregadas de raiva, ironia, impaciência.
Mas quando a gente aceita o processo — e entende que nem tudo está sob nosso controle — a fala ganha calma, presença e verdade.
A comunicação deixa de ser defesa e passa a ser expressão.
Nos bastidores das empresas, das relações e até das nossas metas pessoais, é sempre a frustração que revela quem somos quando as coisas não saem como queremos.
E é ali que nasce o verdadeiro equilíbrio emocional.
Eu costumo dizer: a emoção não é o problema — o problema é o que fazemos com ela.
E quando aprendemos a lidar com o que sentimos, deixamos de reagir à vida e começamos, de fato, a viver.
No fim, a inteligência emocional que ninguém ensina é essa:
entender que crescer dói, frustrar faz parte, e que se manter inteiro quando tudo sai do controle é o maior sinal de força que existe.













