GIRO RJ – O governador Cláudio Castro anunciou que o Estado do Rio de Janeiro vai deflagrar uma nova série de operações contra o crime organizado nas próximas semanas. Segundo ele, dez operações com autorização judicial já estão prontas, marcando o início de uma nova fase de enfrentamento direto às facções e milícias.
Castro destacou que as ações não terão caráter de ocupação permanente, seguindo o modelo da megaoperação da Penha, que registrou confrontos intensos e mais de 120 mortes. “Não acredito em ocupação”, afirmou o governador, ressaltando que os esforços serão pontuais, coordenados entre forças estaduais e federais, com objetivos específicos.
O foco inicial será Jacarepaguá e a Baixada Fluminense, regiões estratégicas para o tráfico e milícias, onde a polícia atuará na remoção de barricadas erguidas por grupos criminosos. Entre cinco e dez grupos operacionais atuarão simultaneamente, segundo Castro: “As barricadas são símbolos do controle paralelo que precisamos eliminar”.
A partir de dezembro, o governo planeja uma operação de retomada de territórios na zona oeste. A ação integra a execução da ADPF 635, determinada pelo STF, exigindo cooperação entre União, Estado e Município, combinando intervenção policial e reconstrução social, com servidores de áreas como assistência social, saneamento, geração de emprego e qualificação profissional.
Segundo a Secretaria de Segurança, o estado foi dividido em zonas de baixa, média e alta complexidade para orientar a operação.
O governo afirma ter apoio popular, mesmo diante de críticas de organizações de direitos humanos, juristas e lideranças políticas sobre o uso da força e riscos à população. Castro, no entanto, reforça que o objetivo é recuperar territórios perdidos, com ações baseadas em autorização judicial e planejamento estratégico.
Nos próximos dias, a Secretaria de Segurança apresentará a versão final do plano ao governador, que será enviada ao STF para homologação. A coordenação política caberá a Castro, envolvendo Governo Federal e prefeituras, com aval preliminar do Ministério da Justiça e da Prefeitura do Rio.
Se bem-sucedida, corre nos bastidores, que a nova ofensiva pode consolidar o discurso de autoridade e segurança do governador e reposicioná-lo no cenário nacional. As primeiras ações do plano devem ocorrer ainda em novembro, com atenção inicial ao Corredor Itanhangá.
Informações de O Globo, Diário do Rio e Agenda do Poder






