Nosferatu (2025) de Robert Eggers, estréia nos cinemas já como um clássico do gênero de horror. Um consenso entre os críticos da Rotten Tomatoes, um dos maiores sites de críticas de cinema do mundo, é que o filme foi “Maravilhosamente orquestrado pelo diretor Robert Eggers, Nosferatu é um gigante filme de terror que é igualmente repulsivo e sedutor”.
Nesta nova versão do clássico, o diretor Robert Eggers faz uma homenagem impecável em ritmo e estética, e o tempo todo reverenciando o clássico de 1922. A fotografia do Nosferatu de Robert Eggers é estupenda e igualmente bela, como a versão de Friedrich Murnau (1888-1931), que certamente ganharia o Oscar de melhor fotografia, se a premiação da academia existisse naquela época. O enredo, a história e os acontecimentos, continuam os mesmos, mas com um toque de modernidade, que certamente despertará o apreço das novas gerações.
O sonho de Eggers, de refilmar Nosferatu, vem desde criança, quando o diretor tinha 9 anos e conheceu a obra: “Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, nós compramos um VHS de ‘Nosferatu’ e eu fiquei impressionado ao ver como essa versão destilou a história do Drácula em um conto de fadas bem simples. O passado realmente fala comigo, e eu acho importante pensar sobre quem somos, aonde vamos e de onde viemos“. Disse Eggers, em entrevista à Universal Pictures.
Na verdade, esta produção de NOSFERATU é a quarta adaptação do longa de 1922, sendo que a pioneira versão de Murnau, teve quase todas as cópias destruídas, devido a um processo de direitos autorais, que a viúva de Bram Stoker Florence Stoker, moveu contra o diretor, por plagio. Na verdade Murnau não teve autorização de adaptar a obra e então fez algumas modificações, para fugir do processo. Tudo em vão! Apesar das mudanças, Florence Stoker venceu a disputa e o filme foi declarado ilegal. A sentença exigia a destruição de todas as cópias, mas por sorte, algumas cópias foram preservadas e escondidas, possibilitando que o filme fosse perpetuado como o primeiro clássico do gênero dos filmes de vampiro. Bom para a história do cinema e para toda obra a posteriori, que o teve como referência.
O primeiro remake de NOSFERATU foi uma produção francesa de 1979, do diretor Werner Herzog, com um orçamento de 2,5 milhões de dólares e livre da restrição dos direitos autorais que a obra original sofreu. Tanto que o diretor Herzog usou e abusou da obra original, como o uso do nome “Conde Drácula”, diferente da primeira versão, cujo nome “Conde Orlok”, interpretado pelo ator Max Schreck (1879/1936), passou longe do livro de Bram Stoker e mesmo assim foi proibido.
O terceiro filme sobre NOSFERATU, é uma produção Estadunidense de 2001, com o título “Shadow of the Vampire” (A sombra do Vampiro), que conta a história dos bastidores das gravações de Nosferatu, de uma forma ficcional, como se o protagonista fosse interpretado por um vampiro de verdade. Interpretando o ator Max Schreck, como se fosse um verdadeiro vampiro, temos Willem Dafoe, que nesta última versão de Robert Eggers, interpreta o professor “Albin Eberhart Von Franz”, uma tipo de caçador de vampiros no melhor estilo “Van Helsing”. Nesta nova releitura de Robert Eggers, a história não é muito diferente do original e também da versão de 1979, mas certamente entrará para a história do cinema como um clássico, mesmo sendo uma refilmagem.
Depois dos longas “A BRUXA (2015)”, “O FAROL (2019)” e agora “NOSFERATU (2024)”, Robert Eggers, que começou sua carreira com curtas-metragens de terror como “Hansel and Gretel”, uma versão assombrada do conto “João e Maria” e “The Tell-Tale Heart” (O coração denunciador) baseado num conto de Edgar Allan Poe, está se consagrando como um dos grandes diretores do Gênero de Terror, de todos os tempos.
Nosferatu de Robert Eggers vale não só o ingresso, mas a experiência de deleitar uma obra prima impecável.
Allexandre Costa