GIRO NA SAÚDE BUCAL – Um procedimento considerado comum em consultórios odontológicos voltou a chamar atenção após a morte de um homem de 32 anos em Goiânia (GO). Ele faleceu quatro dias depois de extrair um dente do siso. O paciente deu entrada no hospital em estado grave e foi encaminhado diretamente para a UTI. A causa da morte foi infecção generalizada.
Apesar de frequente, a remoção dos terceiros molares, popularmente conhecido como dente do siso, exige planejamento cirúrgico, exames prévios e cuidados pós-operatórios rigorosos.
Para o cirurgião-dentista e implantodontista Dr. Conrado Marques, que atende em Rio das Ostras e adjacências, a segurança na extração do siso começa antes mesmo da cirurgia. “É fundamental conversar com o paciente para entender seu histórico de saúde e uso de medicamentos. Também é indispensável realizar exames de imagem, como radiografias panorâmicas ou tomografias, para avaliar a posição do dente e sua proximidade com estruturas delicadas, como o nervo alveolar inferior”, explica.
Esse nervo é responsável pela sensibilidade da língua e do lábio inferior, e qualquer lesão pode causar parestesia — dormência que pode ser temporária ou permanente.
Dr. Conrado ressalta ainda que, quando o dente está inflamado ou infectado, é preciso realizar um tratamento prévio para controlar a infecção antes da extração. “Extrair um dente inflamado sem controlar a infecção pode aumentar muito o risco de complicações graves, como a infecção generalizada”, alerta.
Além dos cuidados com a avaliação pré-operatória, o profissional destaca a importância do acompanhamento pós-operatório e da profilaxia para evitar complicações. “O uso correto de antibióticos, anti-inflamatórios e a orientação para a higienização adequada são essenciais para a recuperação”, completa Dr. Conrado.
Casos como o do paciente em Goiânia acabam levantando uma dúvida comum entre muitas pessoas: afinal, quando é realmente necessário extrair o dente do siso.
“A extração é indicada quando o dente está mal posicionado, impactado no osso ou causa algum tipo de prejuízo, como inflamações recorrentes ou comprometimento dos dentes vizinhos. Mas, se o siso ‘nasceu’ corretamente, não interfere na mastigação e não provoca nenhum problema, não há necessidade de removê-lo”, afirma.
Embora a extração do siso seja um procedimento rotineiro, este caso reforça a importância de seguir todos os protocolos de segurança e de acompanhamento, para que uma cirurgia comum não se transforme em tragédia.