Citação à “cocaína”; masturbação num osso; palavrões; mais cocaína; piadas adultas; mais palavrões; e muito humor ácido, inclusive sobre os próprios estúdios e produtores envolvidos no filme…
…assim é “DEADPOOL & WOLVERINE”, um entretenimento adulto, para toda família!
A maior bilheteria desde “Vingadores Ultimato” é um filme confuso para quem não lê quadrinhos, mas um deleite para qualquer nerd colecionador de revistas de super-heróis, assim como uma legião de fãs de filmes do gênero, que acompanham a saga do Universo Compartilhado da Marvel.
Ryan Reynolds, intérprete do Deadpool nos cinemas, disse em entrevista que se apaixonou pelo personagem quando lhe apresentaram uma HQ, onde o anti-herói fazia uma piada da sua aparência, citando o próprio ator:
“Hey, if you looked like Ryan Reynolds crossed with a shar-pei, you’d understand”!
“Ei, se você parecesse um cruzamento de Ryan Reynolds com um shar-pei, você entenderia”!
A partir daí, o jeito descarado e descontraído do Deadpool conquistou o Ryan, que se tornou um dos produtores e roteiristas dos filmes do Deadpool, desde o início. Mas antes de consagrar o herói mais desbocado da “Fox/Marvel/Disney”, Ryan e outros roteiristas tiveram que insistir para a Fox aprovar o projeto do filme piloto. Um teste em computação gráfica, com a voz do Ryan Reynolds, foi dispensado pelo estúdio, mas acabou vazando para a internet, fazendo com que os fãs de quadrinhos e de filmes de super-heróis, fizessem campanha para a FOX films liberar verba para a realização do primeiro filme solo do Deadpool. Sobre o vazamento, segundo o próprio Ryan Reynolds, “não sei quem fui”.
No fim, o primeiro filme foi um sucesso e na continuação, de tanta interferência do Reynolds, o Diretor Tim Miller pediu para sair. Nessa sequência Deadpool abandona seu lema “bandido bom é bandido morto” e passa a história toda defendendo um jovem mutante infrator, rebelde por conta da sua criação cheia de torturas, acreditando que ele poderia se reabilitar por ainda ser jovem. O terceiro filme demorou mais, porque a FOX foi vendida para Disney e as produções 18+ não estavam nos seus planos.
Visando o terceiro filme do Deadpool, Ryan Reynolds aproveitou o seu bom relacionamento e a sua grande rede de influência, inclusive com Hugh Jackman para propor um terceiro filme marcante e memorável, como os maiores filmes da Marvel, nestes anos de universos compartilhados. Ryan está por dentro de todo processo da produção, interferindo desde o roteiro até a direção. Segundo Hugh Jackman, que volta ao papel de Wolverine, depois de ter anunciado sua aposentadoria do personagem, “Ryan é um amigo e vizinho (muro com muro) muito querido, que o convenceu a se livrar da preocupação de críticas pela volta ao personagem, que jurou ter aposentado”.
A partir daí o resultado é uma obra audiovisual divertida e cheia de surpresas. Principalmente para os fãs mais assíduos deste gênero de filme. Segundo Martin Scorsese, um dos maiores diretores de todos os tempos, “esse gênero de audiovisual não é ‘cinema’ em seu conceito intrínseco. Apenas entretenimento”. Gerando polêmica e debates sobre o assunto. No mais, para quem quer se distrair sem maiores pretensões, é um bom momento da Marvel, para você e sua família, curtirem na tela grande de uma sala de cinema. O problema é que apesar de muito divertido, há sim bastante sangue no melhor estilo “fatality” (finalizações violentas do popular jogo Mortal Kombat), que não tem como passar despercebido pelo subconsciente dos pequeninos. O sucesso de bilheteria não é por acaso, já que jovens e crianças de todo o mundo estão assistindo acompanhados dos pais e responsáveis. Do “Free Fire” ao “GTA”, sabemos que os baixinhos estão acostumados com a violência disponível na internet, mas é bom não exagerarmos. DEADPOOL & WOLVERINE é um daqueles filmes que toda criança quer ver, mas não deveria.