Eis a questão.
Como ser o não ser?
Eis a questão.
O “eu sou assim” é eterno demais
Diante de uma vida tão mutante e fugaz.
Diante de um mundo tão inconstante
E diante de querermos ser definitivos
Numa versão física tão efêmera.
Fomos crianças e adolescentes ansiosos,
Espantados adultos de súbito,
Choramos pelo que fomos antes,
Por aquilo que somos agora
E pelo medo do que poderemos nos tornar.
Quando nos dizem que não somos capazes,
Provar que somos é apenas uma decisão,
Ou poderá ser também uma desistência.
Por isso que mudar é preciso,
Assim como navegar é preciso
E as ondas nunca serão as mesmas.
As bandeiras desfraldam-se aos ventos
Ao sabor de tantas intempéries
E movem-se sempre de forma diferente,
Mas nunca deixam de tremular.
Mude-se para ser o mesmo
E tenha fé na sua mudança,
Porque o resto é somente transitoriedade.
Mauro Profetta