GIRO NO ESPORTE – A terceira rodada da Liga dos Campeões reafirma a entrega e o alto nível do futebol europeu. Grandes jogos, estádios lotados e arbitragem que, mesmo com erros eventuais, transmite autoridade e preparo — o que ainda é um sonho distante no futebol brasileiro.
Enquanto isso, por aqui, seguimos convivendo com um dilema antigo: a urgente necessidade de profissionalizar a arbitragem. Em pleno 2025, o árbitro brasileiro continua sendo um personagem que divide sua rotina entre o apito e um segundo emprego. Isso é impensável para um futebol que movimenta bilhões, que exporta talentos e sonha com excelência técnica e organizacional.
A arbitragem, hoje, é o elo mais fraco do futebol nacional. Erros se repetem, o VAR é mal utilizado e a falta de uniformidade nas decisões irrita torcedores, dirigentes e jogadores. O problema não é apenas técnico, mas estrutural. É impossível exigir performance de nível europeu de profissionais que não têm dedicação exclusiva, treinamento constante e suporte psicológico e físico adequados.
Enquanto isso, dentro de campo, as competições fervem. Na Libertadores, o clima é de semifinal quente. A LDU atropelou o Palmeiras, deixando o time paulista em situação delicada. Já Flamengo e Racing fizeram um duelo de encher os olhos — vitória suada dos cariocas por 1 a 0, mas a notícia triste foi a lesão de Pedro, que quebrou o braço e será desfalque no jogo de volta.
No futebol feminino, o Corinthians segue reinando absoluto no continente, conquistando mais uma Libertadores nos pênaltis. Um feito que consolida o clube como potência mundial da modalidade — exemplo de estrutura e investimento que, aliás, a arbitragem nacional poderia espelhar.
Na Sul-Americana, o Atlético Mineiro empatou com o Independiente Del Valle, enquanto Lanús e Universidad do Chile empataram em 2 a 2, deixando tudo aberto para o jogo de volta.
A Copa do Brasil promete emoção: os mandos foram sorteados, e é certo que um carioca estará na final — Fluminense ou Vasco, rivais históricos em busca de glória.
No Brasileirão, o Palmeiras retomou a liderança, mas o Flamengo encostou, com Cruzeiro e Mirassol completando o G4. Na parte de baixo, o Santos volta a ser o grande ameaçado do momento, revivendo um drama que parecia superado.
Na Série B, Coritiba, Chapecoense, Criciúma e Remo ocupam o G4, enquanto o Volta Redonda segue lutando para sair do Z4. Já na Série C, a Ponte Preta sonha em acabar com o jejum de anos, e o Londrina surge como possível “estraga-prazeres”.
Fora das quatro linhas do futebol, outras modalidades voltam com força. A Superliga Feminina de Vôlei, o NBB e a NBA dão início às suas temporadas — e talvez estejamos prestes a testemunhar a última dança de LeBron James, uma lenda viva do esporte mundial.
Enquanto as grandes ligas europeias — Inglês, Espanhol, Italiano, Francês e Português — engrenam suas rodadas iniciais, fica o contraste: lá, o futebol é tratado como indústria; aqui, ainda insistimos em mantê-lo como um feudo de improvisos.
É hora de encarar a realidade: sem árbitros profissionais, o futebol brasileiro nunca será plenamente moderno. Queremos juízes mais competentes? Então precisamos oferecer estrutura, salário e dignidade à função. Chega de amadorismo em um espetáculo que exige, em todos os níveis, profissionalismo absoluto.
O futebol brasileiro amadureceu em quase tudo — menos em quem segura o apito. E enquanto isso não mudar, o jogo continuará sendo decidido não apenas por craques e táticas, mas por erros que mancham o espetáculo.














