GIRO MACAÉ – A paralisação nacional dos petroleiros já começa a refletir nos números da Petrobras, com queda na produção e redução do faturamento diário da companhia. De acordo com análise do economista Cloviomar Cararine, do Dieese, as perdas chegam a cerca de R$ 200 milhões por dia, valor bem superior ao custo das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores.
A avaliação foi apresentada durante participação do economista em um programa transmitido pelo Sindipetro-NF, no qual ele afirmou que a condução da crise pela gestão da estatal tem agravado os prejuízos. Para Cararine, a adoção de medidas de contingência, aliada à ausência de diálogo, compromete setores estratégicos e amplia os impactos financeiros.
Segundo o economista, a paralisação atinge diretamente áreas como Exploração e Produção, refino e fábricas de fertilizantes, provocando redução significativa na oferta de petróleo, gás e derivados. Levantamentos iniciais indicam que, em menos de uma semana, a produção acumulada deixou de alcançar centenas de milhares de barris.
Cararine destaca que a dimensão das perdas contrasta com o impacto financeiro do reajuste salarial proposto pela empresa, estimado em cerca de R$ 85 milhões ao ano. “O valor perdido em um único dia de greve supera, com folga, o custo anual da proposta apresentada”, avaliou.
Para o economista, a falta de negociação efetiva prolonga um impasse que poderia ser solucionado de forma menos onerosa para a companhia. Ele avalia que, mantido o atual cenário, os prejuízos tendem a se acumular ao longo das próximas semanas, ampliando os efeitos econômicos da paralisação.






