GIRO RJ – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Câmeras, em andamento na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), revelou um cenário preocupante envolvendo o setor de proteção veicular. Segundo o presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alexandre Chang, 449 cooperativas e seguradoras atuam no estado sem qualquer tipo de regulamentação. No país inteiro, o número chega a 2.200.
As informações foram apresentadas durante oitiva realizada nesta segunda-feira (25), na sede do Parlamento, e provocaram forte reação entre os deputados estaduais. A comissão, que inicialmente investigava irregularidades na instalação de câmeras de vigilância em locais públicos, passou a ampliar seu foco diante de indícios de ligação entre empresas de recuperação de veículos e o crime organizado.
“Estamos em processo de regulamentação desse mercado. Já temos normativas aprovadas, e a prioridade será regularizar as associações, seguidas das cooperativas. Essa é uma prática que ainda precisa ser formalizada”, explicou Chang.
Já o presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PL), relatou diversas dificuldades para intimar representantes das empresas convocadas. De acordo com ele, muitos dos endereços informados não existem ou ficam em áreas controladas por facções ou milicianos, o que levanta suspeitas sobre a natureza dessas operações.
“Endereços divergentes, falta de resposta a e-mails, e desrespeito ao poder público. Se continuarem se omitindo, pediremos apoio da Polícia Civil para condução coercitiva”, afirmou Knoploch.
Dos 21 representantes de empresas convocadas, apenas cinco compareceram à oitiva. Entre elas, Álamo, Autoache, Facility, 21GO e Pontual Clube de Benefícios. Outras, como a APVS, considerada um dos principais alvos da investigação, não enviaram qualquer representante.
As que compareceram forneceram poucos dados concretos. No caso da 21GO, por exemplo, foi informado que cada operação de recuperação de veículo custa cerca de R$ 1.800. Parlamentares exigiram mais informações sobre número de associados, carga tributária e movimentações financeiras, mas consideraram as respostas insatisfatórias.
A CPI aprovou a quebra do sigilo bancário das empresas investigadas e determinou a convocação formal das companhias que não compareceram, incluindo a APVS, considerada um dos principais alvos da comissão.
Veja as empresas e associações convocadas
EMPRESAS DE PROTEÇÃO VEICULAR
-APVS
-ATTENTO
-PRATHA BRASIL
-TRACKER
-RIOBEN ASSOC. DE BENEFÍCIOS
-FACILITY – PROTEÇÃO VEICULAR E BENEFÍCIOS
-CLUBE UNIR
-ASSOCIAÇÃO QUALITY RIO
-ATUAL CLUBE DE BENEFÍCIOS
-CARSYSTEM
-ATUAL PLUS – PROTEÇÃO VEICULAR E BENEFICIOS
-PONTUAL CLUBE DE BENEFICIOS (enviou uma representante à reunião)
-ÁLAMO BENEFÍCIOS (enviou o representante jurídico, que acabou respondendo algumas perguntas e foi dispensando por não ser o representante legal da empresa)
-UNIKAR PV CLUBE DE BENEFÍCIOS MÚTUOS
-21GO – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇÃO PATRIMONIAL MÚTUA (enviou o presidente à reunião)
RECUPERADORAS DE VEÍCULOS
-TRACKER BRASIL
-AUTOACHE TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO LTDA. (enviou um representante à reunião da CPI, que justificou que a empresa não é uma recuperadora de veículos)
-ATIVA MONITORAMENTO INTELIGENCIA LTDA.
SEGURADORAS
-HDI SEGUROS
-AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS
-TOKIO MARINE SEGURADORA S.A.