Por mais que exista vinho para todas as estações, eu não vou mentir: sim, vinho é mais consumido no inverno e em dias frios, sim. Indiscutivelmente.
É como se o corpo pedisse um gole mais lento, uma bebida que aquece, que acompanha bem o silêncio, o cobertor, o prato fumegante. É nesse cenário que os tintos ganham ainda mais protagonismo — daqueles encorpados, com tanino presente e final persistente. Mas não só.
O outono também é tempo de Pinot Noir, de Merlot macio, de um bom tinto leve com acidez viva que combina com o calor da comida e o frescor da noite.
É tempo de vinhos que abraçam sem pesar. E, pra quem gosta, é a estação perfeita pra explorar uvas como Syrah, Carménère e até blends mais ousados, cheios de especiarias e notas terrosas que casam com cogumelos, carnes, queijos e molhos mais intensos.
E se engana quem acha que espumante é só pro verão. Um bom brut gelado também brilha com fondue, massas, risotos e todo aquele repertório de receitas mais encorpadas que começam a aparecer no cardápio da estação.
O importante é entender que vinho não tem estação — ele tem contexto. E o frio é o cenário perfeito pra quem gosta de desacelerar, colocar a taça na mão e deixar o vinho contar a história.