GIRO NO STREAMING – A espera finalmente acabou. Depois de mais de dois anos de ansiedade dos fãs, a Netflix liberou a primeira parte da temporada final de Stranger Things, reunindo quatro episódios que dão início ao capítulo derradeiro dessa história que marcou uma geração. E, desde os primeiros minutos, fica claro: a série não pretende encerrar sua trajetória de forma tímida. Pelo contrário — o clima é pesado, tenso e carregado de consequências.
Hawkins, que sempre foi o centro nervoso da narrativa, aparece agora em seu pior cenário. As feridas deixadas por Vecna não são apenas físicas. A cidade está em ruínas, envolta por uma névoa quase sufocante que transforma a paisagem em um lembrete permanente de que o Mundo Invertido não é mais uma ameaça distante. Pela primeira vez, a série coloca essa dimensão obscura literalmente à porta dos protagonistas — e a sensação de urgência domina cada sequência.
O governo, como de costume, age mais pelo medo do que pela razão. A quarentena militar imposta sobre Hawkins é implacável, e a caça a Eleven reforça algo que a série sempre soube fazer bem: expor, ainda que de forma ficcional, a tendência das instituições de temer aquilo que não compreendem. Ao mesmo tempo, Eleven enfrenta talvez sua fase mais frágil. A personagem que sempre carregou o estereótipo da “arma secreta” agora se vê obrigada a lidar com a dúvida sobre a própria força — um conflito interno que, ironicamente, a torna mais humana e mais interessante do que nunca.
Will Byers, que por muito tempo foi subutilizado, finalmente ganha o destaque que merecia. A conexão psíquica com Vecna retorna com intensidade, transformando-o em peça-chave da história. É um acerto da temporada apostar nesse resgate emocional do personagem que inaugurou todo o mistério da trama lá em 2016.
À medida que a narrativa avança, a série começa a destravar segredos guardados há anos — a origem do Mundo Invertido, respostas sobre Eleven e as intenções sombrias por trás do laboratório. Mesmo que alguns mistérios já fossem especulados pelos fãs, vê-los finalmente revelados confere um senso de recompensa que a série vinha devendo desde a terceira temporada.
A verdade é que Stranger Things chega aos seus capítulos finais assumindo aquilo que sempre foi: uma mistura ousada de aventura juvenil, ficção científica, terror e nostalgia. Só que agora, com uma carga emocional muito mais madura. As perdas são iminentes, o clima é de despedida e a sensação de que o pior ainda está por vir permeia cada cena. Os irmãos Duffer prometeram uma temporada épica — e, ao menos nesses quatro episódios iniciais, cumprem a promessa com folga.
Para quem acompanhou Eleven e sua turma desde as bicicletas, as fitas cassete e as noites no porão jogando RPG, é impossível não sentir aquele nó na garganta: estamos realmente chegando ao fim. E, enquanto a segunda parte não chega, resta ao público abraçar a nostalgia, ajustar o fone de ouvido e mergulhar de cabeça no começo desse adeus tão aguardado.
Agora é com você!
Pegue sua camisa do Hellfire Club, coloque o fone de ouvido, suba na bike e corra para assistir STRANGER THINGS.
Chegou a hora de ajudar Eleven e sua turma!














