Tudo tem seu momento,
Pois o tempo nada ignora,
Mesmo que demore o tanto
Que o próprio tempo demora.
A chuva cai, o vento sopra,
O sol clareia e a noite vem,
A lua, o seu lugar troca,
E as estrelas, mudam também.
É outra a conjuntura astral
E o que estava escrito acontece,
De uma forma tão natural,
No pano que o destino tece.
Os corações aí se encontram,
Os sorrisos se namoram,
Os lábios já se desejam
E as mãos, assim se tocam.
É como se antes fosse hoje,
De um encontro tão adiado,
De olhos que não se cruzaram
Num instante apropriado.
Talvez tenha um propósito
Que não se possa adivinhar,
O quanto o tempo separa,
Para o próprio tempo juntar.
Neste caso não existe réu.
Sequer pode haver culpados.
Pois, este é o tempo do céu,
De juntar dois namorados.