O incêndio ocorrido na manhã da última segunda-feira (21) na plataforma PCH-1 (Cherne 1), localizada na Bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, segue sendo acompanhado pelo Sindipetro-NF. A unidade da Petrobras estava fora de operação desde 2020.
Segundo relatos de trabalhadores a bordo, o incêndio teria sido causado por um vazamento de gás, possivelmente provocado pelo rompimento de um duto, seguido por uma explosão. O fogo se alastrou rapidamente por áreas comuns, como camarotes e salas de espera, gerando pânico entre os cerca de 176 trabalhadores a bordo. Um deles caiu ao mar durante a evacuação e foi resgatado com queimaduras leves.
Apesar do susto, a Petrobras informou que o incêndio foi rapidamente contido com a atuação dos sistemas automáticos de segurança, que funcionaram corretamente. A brigada de incêndio formada por trabalhadores também teve papel decisivo no controle das chamas. A estatal destacou que as válvulas de segurança foram acionadas em menos de 30 segundos após o vazamento.
Entretanto, o Sindipetro-NF aponta falhas na evacuação e no resgate, atribuídas ao sucateamento da unidade. Segundo a entidade, houve dificuldades no uso de rotas de fuga e na prestação de socorro médico após o desembarque, reforçando denúncias recorrentes sobre a precariedade das plataformas da Bacia de Campos.
“Sem a atuação dos petroleiros, as consequências poderiam ter sido ainda mais graves”, afirmou o coordenador do sindicato, Sergio Borges, que também destacou que ainda é cedo para conclusões definitivas. “Só a Comissão de Investigação poderá apontar com exatidão as causas do acidente”.
Estado de saúde dos feridos
A Petrobras informou nesta quarta-feira (23) que três trabalhadores feridos já receberam alta. Outros cinco permanecem internados em observação, com estado de saúde estável. Apenas um deles continua na UTI.
Comissão inicia investigação
A Comissão de Investigação da Petrobras embarcou na PCH-1 na terça-feira (22) e informou que a estrutura da plataforma não sofreu danos comprometedores. Os sistemas críticos, como detectores de gás e fogo, combate a incêndio e baleeiras, seguem funcionando normalmente.
Sindicato
O Sindipetro-NF anunciou que irá denunciar o caso a órgãos como a Marinha do Brasil, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho. A entidade também reafirmou seu compromisso com a luta por melhores condições de segurança para os trabalhadores offshore.
“A Petrobras precisa compreender que, com os avanços tecnológicos atuais, não é admissível que tragédias como essa ainda ocorram”, afirmou Borges. “Quem paga o preço são os trabalhadores da ponta.”














