A Câmara Municipal de Macaé voltou a debater, na quarta-feira (9), a precariedade dos serviços prestados pela Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica na cidade. As reclamações de moradores são recorrentes, e os vereadores afirmam estar desacreditados diante da falta de respostas da empresa.
O vereador Denis Madureira (Republicanos) teve dois requerimentos aprovados durante a sessão, ambos relacionados a problemas com a Enel. Um deles solicita o aumento da carga elétrica na Escola Municipalizada de Educação Infantil Eléa Tatagiba de Azevedo, no bairro Aroeira. Segundo o parlamentar, os aparelhos de ar-condicionado adquiridos pela Prefeitura não funcionam por falta de energia suficiente. “A escola já fez o projeto e construiu o padrão para troca de carga. Mas a Enel segue sem atender. A climatização é essencial para o conforto e o desempenho das crianças”, ressaltou.
O outro requerimento trata da elevação da rede de média tensão nas proximidades da ponte da Barra. Madureira alertou que o cabeamento está exposto, a menos de cinco metros de altura, oferecendo risco à segurança de pedestres e motoristas. “É muito desgastante pedir soluções para os mesmos problemas. Nem a população, nem nós vereadores, aguentamos mais a inércia da Enel”, desabafou.
Há menos de duas semanas, representantes da empresa participaram de uma audiência pública na Casa, a convite do vereador Cesinha (Cidadania). Para ele, o problema vai além da gestão local. “Falta investimento da empresa no município. Vamos reunir representantes do Executivo e a direção da Enel para tratar de cada caso específico”, afirmou.
A necessidade de ação mais contundente também foi defendida por Tico Jardim (Cidadania), que propôs a reativação da Frente Parlamentar pela Melhoria dos Serviços de Energia Elétrica. “Se for preciso, vamos ao Rio e até a Brasília. Esse assunto precisa chegar à Aneel e aos deputados federais. O importante é encontrarmos uma solução”, enfatizou.
Já a vereadora Leandra Lopes (PT), ex-secretária de Educação, revelou que cerca de 15 escolas da rede municipal estão sem climatização devido à inoperância da Enel. Outras 23 unidades, por funcionarem em imóveis alugados, não podem ter seus padrões alterados pela Prefeitura, o que impede o aumento da carga elétrica. “Existe um impedimento legal nesses casos, mas a concessionária também não oferece alternativas”, criticou.
O vereador Luciano Diniz (Cidadania) lembrou que a Enel é uma empresa privada e, como tal, precisa cumprir suas obrigações com os consumidores. “Não estamos tratando de um favor, mas de um serviço pago. É necessário investir e responder às demandas da população”, disse.
Encerrando os debates, Rond Macaé (PSDB) cobrou a extensão da rede elétrica para toda a Ilha Leocádia, onde apenas parte da comunidade conta atualmente com o fornecimento de energia.














