A super atriz, roteirista e diretora, querida por todos que a conhece, de uma generosidade e carisma de tirar o chapéu, a grande estrela junto com seus colegas, a protagonista do filme Pasárgada, Dira Paes, que vai estar no Sana, sábado (07), para a transmissão e um bate-papo sobre o filme Pasárgada, gravado no pequeno distrito, conversou um pouquinho com o portal Giro Costa do Sol. A atriz, diretora e roteirista falou sobre sua experiência com o Sana, e como a história do filme entrelaçou-se com o local. Pasárgada é um drama envolvente que faz o telespectador imergir com a história e ficar reflexivo quando acaba, mas a cada vez assistido acrescenta algo novo na reflexão.
Giro Costa do Sol: Como foi feita a escolha pelo Sana para a gravação do filme Pasárgada?
Dira Paes: O Sana foi o meu refúgio durante a pandemia, e foi lá que eu tive essa inspiração da profissão da Irene, quando eu fiquei um tempo observando os pássaros que representavam para mim toda a liberdade.
E o poema de Manuel Bandeira, Pasárgada, conta a história justamente dessa pessoa que desejava um paraíso para viver. Então, vamos dizer que o Sana foi o primeiro paraíso que eu encontrei depois que a gente conseguiu sair de casa na pandemia.

Giro Costa do Sol: O Sana é um lugarejo que possui inúmeras qualidades, de uma natureza muito rica, diversificada, um povo acolhedor. Conta pra gente o que chamou sua atenção no local, e como o local contribuiu para enriquecer o roteiro do filme.
Dira Paes: Sem dúvida nenhuma, o que mais me chamou a atenção no Sana foi a exuberância da paisagem. As montanhas, as cachoeiras, os recortes. O Peito do Pombo, para mim, foi fundamental para o filme. A Fazenda Três Marias, com a sua estrutura e a sua decoração, já era um cenário pronto. O carro do filme, que é um ‘Tuk Tuk’, que os sanenses chamam carro-aranha, é dos um detalhes, como tantos outros que me encheram de cinegenia e eu não tive dúvidas quando cheguei no Sana, só certezas.
Giro Costa do Sol: Como foi estrear como diretora, escritora e atriz, de certa forma tudo ao mesmo tempo, em um drama tão complexo e envolvente?
Dira Paes: Quando cheguei no Arraial do Sana, na primeira vez, na Fazenda Três Marias, me senti invadida por uma cinegenia que este lugar tem. É como se eu já estivesse num set de filmagem. E isso foi uma grande inspiração para mim como roteirista, num primeiro momento, quando decidi que participaria de todas as fases desse filme.
Então, desde a ideia original, criando a história, escrevendo, depois dirigindo, atuando, finalizando o filme e agora lançando para o público, está sendo algo especial e o público vai encontrar o lugar de onde veio tudo e também de onde a gente trouxe o nosso querido Cissa, o nosso ator Ilson Gonçalves.

Giro Costa do Sol: Conta um pouquinho o que te motivou escrever este drama tão cheio de dilemas e introspecções que faz a gente terminar de assistir ao filme tão reflexivo sobre a vida e o que está sendo feito com ela.
Dira Paes: O filme foi gravado durante a pandemia, então eu acredito, que estava com aquele sentimento de que estávamos solitários, e precisando rever os nossos valores e os nossos conceitos. Então, essa profissão reclusa de bióloga, ornitóloga da Irene fez com que surgisse essa personalidade. Com uma personalidade que gosta do que faz, mas que faz por caminhos tortuosos.
E essa solidão da maturidade ainda foi abraçada dentro desse universo do filme. Então, é um drama com uma reflexão sobre de que lado nós estamos nessa nova história que o mundo quer contar sobre o planeta.

Giro Costa do Sol: Quais suas considerações finais sobre esta imersão no Sana e no Pasárgada. Uma soma perfeita, de um drama que prende a atenção do telespectador, com muitos dilemas, num local tão magnético.
Dira Paes: Um filme que nasce de uma região tão rica da Mata Atlântica brasileira, que junto com a Amazônia formam o grande manancial do universo dos ornitólogos, que é o estudo sobre os pássaros, dentro deste cenário, o foi o encaixe perfeito para a gente falar de um tema tão profundo como o tráfico de animais silvestres. Então, acredito que o longa é um presente a todos que pensam em conservação, sustentabilidade e um planeta verde. Eu acho que a gente quer isso, queremos bem-estar e contemplar o esplendor da natureza.

Pasárgada
‘Pasárgada’, de Dira Paes, filme vencedor do prêmio de “Melhor Desenho de Som” na 52ª edição do Festival de Cinema de Gramado! A obra dirigida e estrelada por Dira Paes, conta com Humberto Carrão, Cássia Kis, Peter Ketnath e apresentando Ilson Gonçalves, como Ciça.
Esse mergulho na Mata Atlântica leva a uma profunda reflexão sobre a vida, a natureza e a eterna busca pelo sentido da vida.
Sinopse
Irene (Dira Paes) é uma bióloga-ornitóloga que está fazendo um mapeamento de pássaros na mata atlântica na região do Sana, que ao conhecer Manuel (Humberto Carrão), um jovem guia que fala a língua dos pássaros, ela se depara com dilemas das suas escolhas que desafiam sua visão como profissional, mulher e mãe.
Nos melhores cinemas!