GIRO CAMPOS – Em assembleia realizada entre o final da manhã e o início da tarde desta sexta-feira, no Sindicato dos Bancários de Campos e Região, petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense decidiram rejeitar a mais recente contraproposta apresentada pela Petrobras e manter a greve iniciada no último dia 15 de dezembro.
A contraproposta inclui cartas-compromisso encaminhadas pela empresa na noite de quinta-feira (25), com avanços pontuais em temas como o desconto dos dias parados, a incorporação de trabalhadores da Transpetro à Petrobras na base de Cabiúnas e o adicional de dutos. Apesar disso, a categoria avaliou que as medidas são insuficientes para atender os principais pontos da pauta de reivindicações.
“Os trabalhadores e trabalhadoras do Norte Fluminense entendem que a Petrobras ainda não atendeu os principais anseios da categoria. Enquanto a empresa não apresentar uma proposta que contemple de forma efetiva nossas bandeiras de luta, a greve será mantida”, afirmou o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
Durante a assembleia, a categoria também analisou o cenário nacional do movimento, marcado pela saída da greve de outras bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP), como Espírito Santo, Caxias, Minas Gerais e Ceará/Piauí, além da possibilidade de a Petrobras levar o impasse ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mesmo diante desse contexto, os trabalhadores decidiram, de forma soberana, pela continuidade da paralisação no Norte Fluminense.
Sérgio Borges destacou o caráter histórico da mobilização, que já no segundo dia de greve registrou 100% de adesão nas plataformas e na base de Cabiúnas, além de adesões pontuais em setores administrativos de Imbetiba e do Parque de Tubos. Ele ressaltou ainda a participação expressiva de trabalhadores de todas as bases, incluindo empregados recém-admitidos.
“Teve executivo da Petrobras que duvidou que entraríamos em greve. Depois, duvidou que a paralisação passaria de cinco dias. Quando passou, disseram que não passaríamos o Natal em greve. A categoria mostrou sua força, passou o Natal em greve e segue firme”, afirmou.
O assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP, Normando Rodrigues, também participou da assembleia e apresentou uma análise sobre temas como a supressão de folgas e os possíveis desdobramentos de uma eventual mediação no TST. Segundo ele, o histórico de decisões do Tribunal tende a ser desfavorável aos trabalhadores, o que reforça a importância da mobilização e da negociação direta.
Com a decisão de manter a greve no Norte Fluminense, seguem as atividades do movimento, incluindo piquetes nos aeroportos e nas bases operacionais, além da presença diária dos grevistas nas sedes sindicais para acompanhamento e organização das ações.






