GIRO NA ECONOMIA – A Black Friday caiu de vez no gosto do brasileiro. O que começou de forma tímida, restrita a alguns setores e muito concentrada na internet, hoje se consolidou como uma das datas mais importantes para o comércio nacional, tanto físico quanto digital. No início, o evento enfrentava desconfiança — especialmente devido à prática recorrente de elevar preços antes do período promocional, para então anunciar descontos artificiais. Com o tempo, porém, o consumidor passou a identificar os estabelecimentos que agiam de maneira inadequada, e a data foi ganhando seriedade, adesão e força comercial.
Atualmente, a Black Friday se tornou um fenômeno de mercado, impulsionado pela grande concorrência no ambiente digital, onde empresas nacionais e internacionais disputam intensamente a atenção de cada consumidor. O período é especialmente estratégico por coincidir com o pagamento da primeira parcela do 13º salário, o que aumenta o poder de compra de quem se planeja com antecedência e reserva parte dos recursos para aproveitar as melhores ofertas.
Mais do que atender a desejos imediatos — como trocar a televisão, adquirir um videogame ou comprar um eletrodoméstico —, a Black Friday tornou-se uma oportunidade de planejamento. Com menos de um mês separando o evento das festas de fim de ano, muitos consumidores estão aprendendo a antecipar as compras de Natal, escolhendo presentes para filhos, cônjuges, amigos e familiares. Dessa forma, conseguem economizar enquanto resolvem com antecedência demandas que, no período natalino, custariam mais caro devido ao aumento da procura e da redução de ofertas.
O varejo digital, inclusive, fortaleceu a prática das compras conjugadas, oferecendo combos e vantagens que permitem adquirir dois produtos por um valor muito menor. É comum encontrar promoções que incluem a compra de uma TV maior acompanhada de outra menor, que pode ser dada de presente. A estratégia pode ser aplicada também a roupas e acessórios: aproveitar novembro para escolher o look das festas é uma forma eficaz de fugir da alta de preços típica de dezembro.
Nos Estados Unidos, a Black Friday é ainda mais agressiva, porque ocorre imediatamente após o Dia de Ação de Graças — período em que o comércio busca zerar os estoques que sobraram das compras natalinas. No Brasil, mesmo sem essa lógica sazonal, a data foi assimilada pelo mercado e pelo público, que aprendeu a identificar ofertas reais e aproveitar a movimentação comercial.
Além de aquecer a economia, a Black Friday se mostra especialmente vantajosa para quem age com responsabilidade financeira. Planejar compras, comparar preços e aproveitar os descontos com consciência permitem economizar e direcionar o dinheiro de forma mais eficiente — transformando a data não apenas em um evento de consumo, mas em uma ferramenta de planejamento financeiro pessoal.
Por Vitor Vargas – V.V Consulting














