GIRO NA MENTORIA EMPRESARIAL – Vivemos em uma era em que tudo é acelerado, instável e cheio de ruídos. Queremos o controle, buscamos a previsibilidade, ansiamos pela segurança de que tudo sairá conforme o planejado. Mas a verdade é dura: o mundo não foi feito para nos servir, e sim para nos confrontar.
O trânsito não vai abrir só porque você tem pressa. As pessoas não vão agir de acordo com suas expectativas. O mercado não vai se ajustar para acomodar suas inseguranças.
E isso incomoda — porque crescemos acreditando que, se fizermos tudo “certo”, a vida nos dará recompensas proporcionais.
Só que a vida não funciona como contrato de troca.
A ilusão do controle
Controlar é um desejo humano legítimo, mas também um peso que nos adoece.
Quantas vezes você já se pegou gastando energia tentando mudar o que não depende de você?
Esperando reconhecimento de alguém que não sabe oferecer?
Ou tentando antecipar cenários que sequer aconteceram?
É aqui que nasce a ansiedade: no choque entre a ilusão de controle e a realidade que insiste em nos contrariar.
O primeiro passo de maturidade emocional é entender que você não tem poder sobre a vida — mas tem total poder sobre sua postura diante dela.
O peso das emoções que não olhamos
Existe um equívoco perigoso sobre gestão das emoções: a ideia de que se trata de “eliminar” sentimentos ou “manter a calma a qualquer custo”.
Isso é repressão, e repressão é um barril de pólvora.
Gestão emocional é nomear o que você sente, entender o que isso revela sobre você e escolher o que fazer com essa informação.
A raiva, por exemplo, não precisa ser negada: pode ser convertida em ação assertiva.
A tristeza não precisa ser mascarada: pode se transformar em pausa e aprendizado.
A frustração não precisa ser sufocada: pode apontar onde há necessidade de ressignificação.
As emoções não são inimigas. São bússolas.
Ignorá-las é andar no escuro. Reconhecê-las é assumir o volante.
O confronto que liberta
Enquanto você continuar terceirizando sua paz, será refém do que está fora.
Enquanto culpar o outro, a economia, a política, a família ou até mesmo Deus pelos seus sentimentos, viverá em uma prisão invisível.
A verdadeira liberdade está em compreender que ninguém tem o poder de determinar sua resposta, a não ser você.
Não significa aceitar injustiças calado, mas agir com consciência, e não com impulsos descontrolados.
Isso exige coragem.
Porque é mais fácil reclamar do mundo do que encarar o próprio espelho.
É mais confortável dizer “ele me tirou do sério” do que assumir que você não soube gerir sua própria reação.
A revolução interna
Se existe uma revolução que este tempo pede, não é a de slogans, mas a da presença.
Não é a de palavras bonitas, mas a da responsabilidade.
Não é a de controlar tudo ao redor, mas a de liderar a si mesmo.
E aqui está a inspiração que fica:
Não espere pelo cenário perfeito para se sentir bem.
Ele nunca virá.
Espere de si mesmo a coragem de se posicionar com clareza diante das imperfeições da vida.
Porque no fim, não é sobre mudar o mundo, mas sobre não deixar que o mundo mude quem você é.
Priscilla Cruz — Mentora, Palestrante e Psicanalista.














