Mulheres negras enfrentam desafios específicos na área da saúde, que envolvem tanto o acesso a serviços quanto a forma como suas necessidades são historicamente tratadas. Por questões sociais e econômicas, o autocuidado sempre esteve distante da realidade de muitas mulheres negras, com pouco ou nenhum acesso ao cuidado integral.
A presença limitada de produtos e serviços voltados à estética negra também reflete esse contexto. Durante muito tempo, o mercado não ofereceu alternativas adequadas às necessidades da mulher negra. Isso faz parte de uma trajetória em que sua imagem foi constantemente desconstruída, sem reconhecimento da diversidade étnico-racial como algo digno de atenção e valorização.
No entanto, vivemos hoje um momento de reconstrução e reconhecimento. Um marco importante nessa mudança foi a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, quando a República Dominicana sediou o primeiro Encontro de Mulheres Afro-americanas e Afro-caribenhas. Esse encontro discutiu temas como racismo, preconceito e desigualdade, e resultou na criação do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho.
Essa data representa um avanço significativo no reconhecimento da identidade, das lutas e da importância do cuidado integral com a mulher negra. No Brasil, ela marca o início das ações do chamado Julho das Pretas, um período voltado à valorização, à visibilidade e ao fortalecimento das pautas protagonizadas por mulheres negras em diversas áreas da sociedade.